quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Feliz 2009!

Fui viajar um pouquinho até a fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai. São mil quilômetros. Mais ou menos 14 horas de estrada. Volto no ano que vem.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Natalinas

Não existe música mais triste do que Noite Feliz.

Bem, talvez Hey Jude...

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Fim do voluntariado?

Era para ser um comentário no Plantão Blumenau. Mas tenho que comentar aqui também a substituição do trabalho voluntário na distribuição dos donativos aos desabrigados da enchente em Blumenau por uma empresa especializada em logística.

A decisão foi tomada pela Secretaria Regional de Desenvolvimento depois das denúncias de desvios de donativos por voluntários e soldados do exército que auxiliavam na distribuição das doações na Vila Germânica.

Uma coisa é reprimir esse tipo de atitude vil: a apropriação indevida dos donativos. Outra é trocar todo o voluntariado, com todas as implicações humanitárias que tem, por um serviço especializado, que vai custar dinheiro aos cofres públicos.

Será que as pessoas já não servem mais para fazer trabalhos voluntários e isso deve ser transferido totalmente para a iniciativa privada paga pelo poder público? Se for assim, onde vamos investir os bons sentimentos e as boas ações que ainda campeiam nos corações e braços dos bons?

Dá a impressão de que só se pode acreditar no serviço especializado e pago para resolver todos os problemas do mundo. As pessoas - o humano no que tem de ruim e de bom - estão sendo descartadas. As más para trás das grades; as boas para trás dos balcões de negócios.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Doam-se cãezinhos




Conversas autobiográficas 02









- Você gosta muito do lugar onde nasceu, parece...

- Acho que não me adaptaria ao tipo de vida que há lá. a concentraçào da atividade econômica num só setor deixou a dinâmica social à mercê dos altos e baixos da cotaçào da carne no mercado. Não aconteceu nada de novo depois que fecharam os dois frigoríficos estrangeiros que movimentaram a economia da região. Nem a cultura se renovou. O tradicionalismo persiste como a torcida de um time que já não existe. Não tem cinema, nem teatro. Agora tem internet, que faz a conexão com o mundo, mas não substitui e nem resolve essas carências.

Mas essa terra e essa situação são parte de mim. Isso não tem como negar, nem recusar de todo, nem esquecer.

sábado, 13 de dezembro de 2008

A cidade volta ao normal

O apresentador do telejornal anuncia uma morte de motociclista depois de 25 dias sem esse tipo de ocorrência em Blumenau. Minha mulher comenta à mesa do almoço:
- É, a cidade está voltando ao normal.

Pois é. A cidade normal é feita por seus habitantes e seus mandatários. Acho que toda essa tragédia deve servir de ponto de partida para uma mudança na maneira de olhar e construír a cidade que vivemos.

O ponto mais urgente é a ocupação do solo. Esta cidade está situada num vale e seu território está ou sujeito a enchentes ou, vimos agora, a desabamentos de morros. A dimensão do que occoreu é mais grave por causa da presença de casas e de pessoas nas regiões atingidas. Se fosse só a mudança na geografia dos morros e nos cursos dos ribeirões as conseqüências não seriam tão significativas. A natureza tem sua dinâmica e está em permanente mudança.

Seria interessante ver também se as áreas mais habitadas e ocupadas foram maioria entre as atingidas. Em caso positivo, isso significaria que a integração entre o homem e a natureza não consegue ser tão harmoniosa quanto defendem alguns ecologistas. Qualquer mudança no ambiente natural (e já tivemos uma exploração de madeira que modificou muito o perfil ecológico da região) pode alterar a dinâmica própria da natureza. O resultado disso não somos capazes de calcular, só experimentando.

Não sei qual é a solução. Entendo, apenas, que devemos ter uma visão mais clara sobre os riscos da ocupação desordenada do solo. Não é mais possível jogar pessoas pobres para as encostas íngremes e perigosas. Também não é aconselhável permitir a construção de casarões pendurados em morros que oferecem risco de atingir seus moradores e outras pessoas.

É uma questão de mudar o ponto de vista. Ninguém deve ter tão pouco que seja obrigado a viver em constante risco. E quem tiver muito não pode escolher viver em risco. A cidade já é perigosa do jeito que a fizemos. Agora é hora de diminuir esses riscos.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Ia esquecendo do Eduardo...

Sempre fiquei impressionado com a facilidade que algumas pessoas têm de começar a falar de si para desconhecidos. Já me aconteceu, em paradas de ônibus, das pessoas começarem a falar de suas preferências ou problemas como se fôssemos velhos conhecidos. A última delas foi em São Bernardo do Campo, quando buscava informações sobre um ônibus que me levasse de volta ao hotel em Santo André. Depois de duas tentativas frustradas, ouvi alguém dizer: "pega o 070, que passa nesse shopping que você quer".

Enquanto esperava, fiquei sabendo que meu informante tinha uma noiva e vários cunhados. Que fora fazer compras de Natal com os cunhados e ficara surpreso com a quantidade de fardos de cerveja que eles compraram, em Mongaguá, na casa de praia da família da noiva. Baixo, moreno e meio barrigudinho, como quase todos nós vamos ficar, segurando uma pasta, Eduardo contou essas coisas da vida dele que achou por bem dividir com um desconhecido.

Pelo que disse, não é um bom parceiro para as bebedeiras festivas dos cunhados. Ele gosta mesmo é da noiva: "ela é deficiente, sabe, mas bonitona".

Felicidades para vocês, Eduardo. E obrigado pelas informações.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Conversas autobiográficas

- Gostei de saber que você pensou no seu filho quando decidiu não tirar os filhotes da cadela dele.

- Pois é, a violência e a morte estão muito banalizadas na mídia. Imagina, o guri sabia que a cadela estava prenha. de repente tenho que explicar para ele que foi melhor dar um fim aos filhotes antes que nascessem porque iriam dar muito trabalho. Daí a imaginar que é permitido matar para não se incomodar é um passo pequeno, mas com enormes conseqúências sociais.

- Isso vem da tua origem campeira, do contato com a natureza e com os animais, né?

- É. Fomos criados no meio dos bichos. Tive cachorro, gata, galinha, coelho, porquinho-da-índia e peixe. Sem falar no gado. Mas as coisas eram mais definidas: gente era gente; bicho, bicho. Tinha isso de se apegar aos animais e tudo mais, mas ninguém ficava traumatizado de ver um boi sendo coreado e esquartejado. Hoje, tudo é menos claro. Tem bicho que é tratado como gente e gente que é tratada feito bicho.


sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

A imagem do caos

Bueno. Antes tarde do que nunca, a minha imagem da casa desmoronando na Hermann Huscher. A gravação foi feita do 14o andar do prédio em que moro. O desabamento causou o maior tumulto entre a vizinhança.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Dentes amarelos (poema rabiscado)

Estou mais gordo do que queria
Tenho menos cabelo
Estou mais feio
Porcaria
Menos paciente
Todavia tenho dentes
Um filho, uma alegria
Momentos decentes
Poesia

Tenho dentes amarelos
Não são como queria
Como carnes vermelhas
Todavia
Ainda não sou velho
Quem sabe um dia
E outros mais

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

O receio burguês

O reencontro com colegas de trabalho tem rendido algumas histórias horripilantes sobre a enchente/desabamentos. Um aluno ficou ilhado e teve a casa derrubada por um deslizamento. Ele escreveu parte da experiência dele num jornal (veja nos links interessantes).

Um fotógrafo da prefeitura viu corpos serem levantados por retro-escavadeiras que vasculhavam terrenos atingidos por desabamentos. Disse que um dos corpos era de um homem que estava agarrado a uma criança.

Uma colega de trabalho está com 20 pessoas em casa, algumas delas sobreviventes de desabamentos. Outra relatou o momento em que viu um pedaço de morro desabar dentro do ribeirão cheio e provocar uma onda que pensou que ia atingi-la. “Só fechei os olhos e esperei”, contou, mas por sorte a onda não a alcançou. “Meu avô correu em direção ao desabamento para tentar evitar que o morro invadisse o pomar dele. Chorou de joelhos”.

Essas narrativas me fizeram pensar no medo burguês que percorreu meu prédio depois dos desabamentos das casas em frente. O medo burguês é um medo fora do tempo presente, mais deslocado para o futuro. É um medo do que possa acontecer de ruim e não exatamente do que acontece. O burguês passa boa parte da vida trabalhando ou fazendo outras coisas com base nesse receio do futuro. A poupança, por exemplo, é para dar conta desses problemas virtuais.

Houve correria, houve choro, houve gente que saiu a pé para um hotel próximo, houve até vômito causado pelo nervosismo nos corredores do prédio. Afinal, burguês também é gente. Mas em outras condições de vida e de medo. O prédio ficou sem água por alguns dias e um pouco cheio de lama nas áreas externas. No mais, foi só o susto.

Engraçado não ter pensado nisso enquanto conversava com um colega na beira da piscina, tomando scotch, no dia seguinte à tragédia, enquanto a cidade ainda desabava em vários locais. Assim que as estradas abriram fui para a praia aliviar-me do receio de que algo de ruim pudesse acontecer comigo ou com minha família. Lá, encontrei mais três vizinhos que haviam saído da cidade com o mesmo propósito.

Ah, sim, o receio burguês também é carregado de culpa.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

A versão do caos do meu filho

Meu filho de oito anos trouxe um esquilo da Mongólia para casa. É da escola e cada fim de semana o bicho fica com um aluno. Além de cuidar do esquilo, os alunos têm que escrever um diário sobre a convivência com o animal. A coincidência com os desmoronamentos das casas acabou transformando esse diário num relato bem interessante que, com corujice, passo agora.

Blumenau, 21 de novembro de 2008
Hoje é o primeiro dia em que estou com o Baby. Ele chegou cansado do carro. Minha cachorra estranhou a gaiola do Baby. Meu amigo Lucas veio em minha casa para conhecer o Baby.

Blumenau, 22 de setembro de 2008
Quando acordei Baby ainda estava dormindo, mas eu cheguei mais perto e Baby acordou. Levei Baby para a sala e fiquei olhando Baby roendo o rolo de papel higiênico. Baby roeu tanto que tive que trocar o rolo de papel.
Meu pai tinha chegado de viagem e quis conhecer o Baby. Fiquei assistindo televisão com o Baby. Minha mãe deu cenoura para ele. Começou a chover e Baby ficou assustado. Fiz carinho no Baby para ele se acalmar. Dei alface para ele, ele comeu tudo e ainda ficou com fome. Então eu dei uma casca de pão para ele.
Nós fomos para um restaurante e Baby ficou em casa. Quando a gente voltou, Baby estava comendo a alface. De tarde eu fui na casa do meu amigo André.
Ao lado do meu prédio estava caindo o barranco todo e estava caindo árvores em cima das casas. Baby levou um susto quando ouviu uma árvore caindo em uma das casas. Eu fiquei preocupado com as pessoas que moram no barranco e com as pessoas que moram embaixo dele. De noite o Baby não me deixou dormir porque ele estava roendo a gaiola dele, porque a minha cachorra estava grávida e os cachorros estavam chorando alto.

Blumenau, 23 de novembro de 2008
Minha mãe me acordou e logo fui olhar o Baby. Fui ver como estavam os filhotes da minha cadela. Minha mãe me disse que não tinha aula na segunda-feira. Fiquei feliz quando escutei ela falar isso porque eu iria ficar com o Baby mais um dia. Umas pessoas que estavam perdidas na rua vieram passar um dia na minha casa.


Blumenau, 24 de novembro de 2008
Ao acordar fui ver os filhotes da minha cachorra e também o Baby. Meu pai foi passear com minha cachorra. Eu fiquei feliz ao ver o sol nascendo atrás dos morros. As pessoas que tinham passado o dia na minha casa já tinham ido embora. Na hora do almoço, Baby comeu sua ração.

Blumenau, 28 de novembro de 2008
Fiquei alguns dias sem escrever o diário do Baby porque a minha família saiu de casa porque estava caindo casas do alto do morro até a rua. A gente ficou com medo que uma casa ou uma árvore atingisse nosso prédio. Baby teve que ficar com meu amigo Lucas. Dois dias depois, minha mãe trouxe Baby para a praia. Nós descobrimos que o Baby gosta mais de sementes de girassol.

O dia em que a Fofa latiu

Até aquele domingo, todos pensávamos que a cadela adotada era muda. O máximo que ela fazia de ruído era um tipo de uivo, quando chegávamos em casa e ela demonstrava que estivera com saudade. Recebia carinho na barriga gemendo de alegria e até corria pela sala atrás do meu filho. Mas latir, só mesmo naquele que foi um dos dias mais tumultuados das nossas vidas.

Choveu a noite toda de sábado. Na manhã de domingo, o nível do ribeirão nos fundos do prédio cobria o telhado da casinha da árvore, a uns cinco metros do solo. Mais uns dois metros e teríamos água nas garagens mais baixas. Na frente do prédio, os deslizamentos de terra botavam em risco as casas situadas no topo do morro. Os moradores das casas no nível da rua abandonaram as residências temendo o pior, que aconteceria algumas horas depois. Agitada, Fofa deu o sinal de que teria os filhotes naquele momento.

Em duas horas, nasceram seis filhotes, quatro machos e duas fêmeas. À tarde, as casas começaram a cair. A primeira foi destruída pela lama que deslizou morro abaixo. Outras três foram atingidas pela lama, mas permaneceram de pé. Duas casas desabaram do alto do morro. Uma delas derrubou outras três que estavam embaixo. Os escombros atravessaram a rua e foram parar na portaria do prédio vizinho. Assisti tudo da sacada do 14º andar. Só senti medo assim em alguns pesadelos.

Mas foi só à noite que a Fofa latiu. Pelo menos foi o que disse a menina que dormiu lá em casa junto com o namorado. O pessoal do exército levou-os até o prédio e pediu que alguém os acolhesse porque não poderiam voltar para casa naquela noite, por falta de acessos. Eu ouvi três latidos. Certamente não eram dos filhotes. E foram finos demais para serem do dobermann que estava no hall do nosso andar. O cão, grande mas manso, também foi acolhido porque teve que sair de uma das casas em frente ameaçadas pelos desabamentos.

Acho que foi por causa do cheiro dele que a Fofa latiu em defesa de seus filhotes. Mas certeza mesmo não tenho. Minha confiança ficou meio abalada naquele dia.

A viagem sem trólebus

A viagem de Blumenau para São Paulo foi como era de esperar: cansativa, com um engarrafamento lá pelas duas da manhã e pouco confortável. A grande expectativa era andar novamente de trólebus, de São Paulo a Santo André, onde fica o hotel.

Lembro de ter andado de trólebus em Porto Alegre, quando tinha uns quatro ou cinco anos, no início da década de 70. Eram como ônibus, mas mais silenciosos e diferentes, com as antenas que os conectavam aos cabos de energia elétrica, seu combustível. Ruído mesmo, só uns estalos na hora de pôr o veículo para andar, um barulho de choque forte, era a minha impressão - ou é hoje -, e lá ia deslizando o trólebus suavemente.

Bem diferente dos bondes, que circulavam na mesma época em Porto Alegre. Também elétricos, andavam em trilhos que sulcavam as ruas da cidade, eram mais rústicos, com muito mais ferro em sua composição. Ferro sobre ferro, desajeitados e barulhentos, circulavam nas ruas do Centro da cidade, amarelos, com um farol no meio apenas, se não me falha a memória. A frente e a ré se alternavam de acordo com o sentido da viagem; os encostos dos bancos mudavam de posição também. Há alguns anos ainda eram visíveis pedaços de trilhos teimosos surgindo do meio das camadas de asfalto das ruas.

Daí parte da minha expectativa de reencontrar um trólebus. Mas expectativa demais atrapalha.
Do terminal rodoviário do Tietê, passa-se direto à linha azul do metrô. Até o ponto final são umas 20 estações. Entre 6h30min e 7 horas, o movimento foi calmo, até chegar na estação da Sé e nas que fazem a conexão com as linhas verdes do metrô. até a estação final da linha, Jabaquara, dá tempo de observar algumas pessoas, um pouco por curiosidade, outro tanto buscando identificar riscos à minha segurança e à da minha mala. Não encontro: vejo só trabalhadores meio entediados indo - quem sabe vindo de - para mais um dia de trabalho.

Um jovem de cabelo espetado escuta música alta nos fones, no banco em frente. Uma mulher lê um livro mexendo os lábios - vi outra na mesma situação num ônibus depois. Uma mulata jovem senta ao meu lado e finaliza a maquiagem - levanta e pinta os cílior e passa rouge nas bochechas. Já tem o cabelo alisado e curto. Se não fosse eu, contido e discreto, diria a ela que exagerou no rouge. Cabelos lisos, vá lá, mas faces muito avermelhadas não combinam muito com mulatas.

Fim da linha. Do metrô para o terminal metropolitano. Preciso perguntar duas vezes antes de acertar o corredor. Um guarda indica o ônibus que está parado. Não é trólebus e não vai para Santo André. É preciso fazer baldeação em Diadema. Isso sim é periferia explícita e escancarada! Praticamente todas as casas estão pichadas e vários muros têm "grafites". Os moletons de malha com capuz são vestidos por meninos e meninas - eu inclusive usava um nesse momento. "Estar de boa" é uma expressão usada várias vezes por dois jovens que comentam as vidas de conhecidos em comum, que se equilibram entre o prazer e o drama no uso de drogas.

Na baldeação foi que perdi o trólebus. Um rapaz gentilmente me indicou o caminho para chegar ao outro lado da plataforma. Há um ônibus parado - na hora não percebi que veículo era - e uma fila de espera.

- Este vai para Santo André?, perguntei para a primeira da fila.
- Vai.
- E paga onde? Lá dentro?
- Já está pago, respondeu ela.

Entro e esqueço de perguntar por que todas aquelas pessoas estão na fila. Estariam esperando o trólebus? Vai saber.

No caminho vou cuidando das placas do comércio das cidades. Sei que são quatro terminais, mas só reconheço dois. Vejo os trólebus passando no outro sentido. De repente o comércio passa a preferir o nome Santo André ao de São Bernardo. Confirmo com um jovem que estamos na cidade do hotel e que vou me hospedar. Começo a procurar indicações do Ibis, placas ou letreiros. Avisto o hotel assim que o ônibus entra no terminal. Não é longe. Dá para ir a pé. Chego na recepção pouco depois das oito horas da manhã e vou direto para o café.