domingo, 24 de janeiro de 2010

Trilha sonora para uma semana raivosa

The Trashmen, The Cramps, PIL (Flowers of romance), My Bloody Valentine e Sonic Youth.

Sonhei com você

Esta noite sonhei com você um sonho bom. Estávamos em Rivera, cidade uruguaia vizinha à brasileira Sant’Ana do Livramento, onde nasci e morei até os 18 anos. Meus sonhos têm sido assim: misturam épocas, lugares e pessoas que fazem parte da minha vida. Sonhos pós-modernos.

Começamos a noite em um bar, só nós dois. Conversamos, bebemos e acompanhamos o movimento das pessoas. Depois fomos a um restaurante para jantar. Conversamos mais e sentimos que a noite não acabaria por aí. Partimos, então, para um motel e fizemos aquelas coisas que se fazem em motéis. Foi bom: calmo, sem pressa e sem tensão. A noite acabou sem compromissos firmados, pelo menos foi o que eu senti.

No dia seguinte, fui encontrar com amigos. Contei, obviamente, o que acontecera entre nós. Eles não te conhecem bem. Por isso o papo girou em torno das coisas que vivemos, eu e eles, em outras épocas. Ficamos conversando por horas, acompanhados de petiscos e cerveja; fazia tempo que não nos encontrávamos.

Em meio às estórias, por vezes, lembrava de você, da noite anterior... Ao despedir-me dos companheiros, já muito alegre de cerveja, decidi que me encontraria novamente com você. E explicaria que tinha gostado muito de estar com você, mas que não me sentia ainda pronto para assumir um relacionamento mais sério e constante. Quem sabe depois de mais uns encontros o carinho que senti naquela noite se transformasse em outra coisa. Afinal, assumir compromissos sérios depois de apenas um encontro envolve riscos de descontentamento posterior. Será que você entende?

Daí, o sonho acabou.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Versos satânicos

Acabei de ler o livro do Salman Rushdie, um daqueles cuja leitura a gente vai adiando... Soube da existência desse livro na época do lançamento dele, em 1989. Isso por causa da polêmica que gerou no mundo islâmico. O aiatolá Khomeini condenou o escritor à morte por ofensas ao Islão, o que obrigou Rushdie a viver no anonimato durante vários anos.

As discussões na minha turma de colegas universitários giravam em torno do absurdo de se condenar um escritor à morte por causa de sua obra, da teocracia no Irã e da liberdade de criar. Mas ler o livro que é bom, quase nenhum dos debatedores lera. Eu não li na época por falta de interesse. Achei que o livro não era tão interessante quanto as discussões de bar que gerava.

Pois bem. No ano passado, encontrei o Versos Satânicos na coleção de bolso da L&PM e comprei. E não é que o livro é bom! Mistura realidade e fantasia, discutindo a luta entre o bem e o mal. Apesar de ser situada na Índia e na Inglaterra, a história traz temas que são universais: a religião, a política, o poder, os relacionamentos. A tendência do escritor nessa obra é apontar a predominância do mal sobre o bem, em todas as questões abordadas.

Não é um livro com final feliz. Também não é um livro fácil de ler. Exige atenção e leitura sistemática para que não se percam as relações entre os personagens e entre a realidade e a fantasia. Mas é um livro que faz pensar, imaginar. Fiquei com vontade de ler outras coisas do Rushdie. Quem sabe, um dia desses...

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Chuva nos pampas

As nuvens vêm numa camada cinzenta, ao longe, das bandas do Uruguai, prenunciando a chuva. O céu azul ainda predomina e traz uma sensação de regozijo, de que está tudo bem. Mas aquelas nuvens que se aproximam são um sinal de que as coisas podem mudar de uma hora para outra.

Então a chuva chega. O azul dá lugar ao cinza, que cobre toda a imensidão das coxilhas. A melancolia dos dias chuvosos invade a alma. Será que isso não terá mais fim?

O olhar procura uma saída através das gotas que salpicam os vidros do ônibus. Só depois de algum tempo começam a delinear-se nuvens e tonalidades que fogem à camada cinzenta da tempestade. Sim, nova mudança prenuncia caminhos de céu azul, ainda que demorem a chegar.

E a viagem continua.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Das praia - Paciência 2

A quantidade de gente no litoral é um teste para a paciência dos clientes de bares que atendem na praia. Outro dia fiquei guardando uma mesa de bar na areia a espera de cadeiras, que já haviam sido solicitadas duas vezes. Para minha surpresa, apareceu um garçom com um cliente e levou minha mesa e o guarda sol. Argumentei que estava guardando a mesa e fui solenemente ignorado.

Não frequento esse bar (Coisas do Chico, shopping Russi & Russi, na Meia Praia) nunca mais.

Das praia - Delícias do verão 2

A paella que minha mulher fez pela primeira vez e acertou em cheio nos ingredientes e no tempero.