A figura é aquela mesmo: uma forma humana vestida com uma túnica preta, que paira, rodopia no ar em torno de cada um de nós. Acompanha-nos sempre. O que muda é a distância entre nós e ela num determinado momento. Há vezes que está longe e nem faz parte de nossas preocupações cotidianas. Em outras, chega muito próximo, numa velocidade espantosa. Há ainda situações em que passa a conviver (a morte é irônica!) mais próxima de nós, tornando-se mais real e aparente à nossa percepção do mundo.
- Por que estás tão próxima de mim? – perguntamos, sem receber resposta. A morte não tem nada a nos dizer. Ela simplesmente ceifa a vida num instante qualquer. A morte se alimenta da vida como nos alimentamos de bois.
Antiga, deve ficar curiosa com os esforços do homem contra ela.
- Por que tentar evitar o inevitável?, perguntaria caso filosofasse. Mas, não; fica ali rondando pacientemente até o momento mais apropriado para o golpe de foice.
A única maneira de combater a morte é tirar seu alimento, que, aliás, já vem perdendo qualidade há algum tempo. A morte não é boa nem má. Indesejada, mas astuta, tempera a vida antes de comê-la.
5 comentários:
Um assunto que ninguém quer falar, pensar, e, pelo visto, comentar.
É mesmo Dani, todos temos medo, preferimos fazer e conta que ela nunca vem...são sempre os outros que morrem...neste aspecto a naureza é cruel...
Gelei a espinha!
Sim a morte é de uma ironia implacável...cá estamos nós no ano de 2010, com nossos vínculos afetivos, nossos apegos, nossas angústias, nossos sonhos e logo lai, em 2110 talvez estejamos em algum porta retratos...2210, algum rastro nosso por ai? Dizem q morremos mesmo, mesmo, qd morre a última pessoa que lembrou de nós a última vez...daí e como se nunca tivéssemos existido...Chega de filosofar...hehe
A morte é a única coisa certa, mas adoramos vivenciar as incertezas da vida. Te quiero mucho!!!!
Postar um comentário