sábado, 25 de setembro de 2010

Enquanto isso, na vitrola...

A dica da semana, quinzena, mês (sei lá qual a periodicidade desse blog) é Rod Stwart. Sim, o velho e bom inglês de voz rouca e especialista em baladas, que ficou conhecido principalmente pela gospel Sailing.

São dois discos, que descobri nos “1001 discos para escutar antes de morrer”: Gasoline Alley, de 1970, e Every Picture tells a story, de 1971. Os discos são bem parecidos, acabei gravando uma seleção dos dois. Baladas, pontuadas por violinos e alguns rocks mais rapidinhos, mas tudo com arranjos suaves, sem muito volume nos instrumentos.

Das 17 músicas dos discos, só conhecia Maggie May. Tive um LP do Stwart, Atlantic Crossing, mais atual, que tem Sailing e I don’t wanna talk about it. Mas confesso que esses discos mais antigos são melhores. Boa trilha sonora para passeios, acampamentos e conversas entre aficcionados do bom rock.

O que se passa na cabeça de um médico perito?

- Então, como está o teu caso?
- Olha, doutor, de novidade, uma dor aqui do lado e, às vezes, nas costas. Continuo com o tratamento de quimioterapia. Tenho aqui alguns exames que comprovam tudo o que ocorreu até agora.
- Deixe-me vê-los.
- Está faltando um testado da médica que minha mulher vai trazer daqui a pouco. É preciso, né?
- Depende. Pode ser que eu chegue às minhas conclusões apenas com os exames. Deixe-me examiná-lo.
(Seguem exames de apalpação. Chega minha mulher com o atestado, depois de ter ligado no celular em plena consulta.)

- Aqui está o atestado, doutor.
- Deixe-me ver. Bem, você deve saber que uma perícia não é um exame. Somos médicos que temos que entender muito sobre legislação também.
(Ele começa a teclar no computador. Não resisto a uma pergunta.)

- Doutor, qual a possibilidade de uma aposentadoria no meu caso?
- Bem, veja, vou lhe dar mais dois anos de licença. Acho que ainda há chances de melhora. Apesar de concordar com o que diz a médica no atestado.
- (Melhora para uma doença incurável e fatal? O senhor também é padre? Ou espera que eu morra sem onerar a Previdência? E a segurança financeira da minha família? E a minha aposentadoria complementar?)
- No papel que vais receber não está o tempo da licença. É necessária a assinatura de outro médico perito para confirmar. Vais receber esse aviso pelo correio.
- Obrigado, doutor.

(Os peritos estavam em greve e foram obrigados a voltar aos atendimentos pela justiça. O perito que me atendeu é ex-pediatra e se tornou uma pessoa amarga, segundo outro médico amigo meu. O atestado da médica dizia que eu estava definitivamente impossibilitado para o trabalho.)

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Mais um post de variedades

Passeio pelo meio-oeste catarinense

O compromisso principal era o casamento de uma ex-colega de faculdade da minha mulher, em Caçador. Antes, passamos por Ouro, onde ficamos na casa de amigos, e Piratuba, com suas piscinas de águas termais e “pessoas de idade” como observou meu filho. Levamos até cachorro para o hotel. Muitas cidadezinhas pequenas e curvas nas estradas. Lugares agradáveis e pessoas divertidas. Belo passeio numa região que começa a se estruturar turisticamente em torno das águas quentes.

As fotos aí acima são de sombra e água quente em Piratuba, estátua do Frei Bruno em Joaçaba e o lugar preferido da Fofa no hotel em Caçador.

Leitura da semana

Comecei a ler Deixe o grande mundo girar, de Colum McCann. Logo no início do livro, trechos como esses:
“Sem dúvida era a forma humana que os segurava ali [um homem na beira do terraço de um arranha-céu], pescoços esticados, dilacerados entre a promessa do destino e o desapontamento do ordinário”
“Ao redor dos observadores, a cidade ainda fazia seus barulhos cotidianos. Buzinas de carros. Caminhões de lixo. Apitos de barcas. O zumbido do metrô.(...) Uma embalagem de chocolate jogada fora bateu em um hidrante. (...) O couro das pastas roçava nas pernas das calças. (...) Portas giratórias empurravam conversas entrecortadas para a rua.”
McCann nasceu em Dublin, em 1965, escreveu cinco romances e tem a obra traduzida para 30 línguas. Mora em Nova York com esposa e filhos.
A leitura promete ser das mais agradáveis.

Pensamentos à toa

Meus orientandos andam quietos demais. O que será que está acontecendo?

Seis dias sem jornais ou televisão. Não fizeram falta nenhuma. Até porque no feriado só pinta notícia fria e inventada. Hoje, li que as obras na sete de setembro, em Blumenau, pararam no feriado por falta de material. Recomeçam amanhã quando a cidade e o trânsito voltam ao normal. Não acreditei nessa história.

Enquanto isso, na vitrola...

Você que é mais jovem, geração dos 80 para cá, pode não acreditar. Mas eu comecei a escutar discos (sim, de vinil e alguns de 45 rpm) num aparelho semelhante a esse da foto: uma vitrola. Ficava na sala da casa dos meus pais e funcionava. O modelo era um pouco diferente desse aí. Tinha uma roda no meio que abria as duas portas. Na direita, ficava o toca discos e o rádio; na esquerda, o lugar para guardar os discos.
Lá pelos meus dez anos, acho, comecei a escutar os discos que minha mãe tinha: Nat King Cole, Liberace (ao piano), Agostinho dos Santos e outros que não lembro. Só lá pelos 12 anos comecei a comprar meus próprios discos. O primeiro foi uma coletânea dos Beatles. O segundo, a trilha sonora da novela Estúpido Cupido (1976/77), da Globo, que mostrava o mundo dos jovens dos anos 60. Aí eu já tinha um toca discos Phillips.

domingo, 29 de agosto de 2010

Semanada 24/8 a 04/9

Domingo no parque


Fui levar as crianças no parque Ramiro Ruediger neste domingo. É o único espaço digno de ser chamado assim em Blumenau. A tarde de sol fraco levou muitas pessoas ao parque. Mas mesmo compartilhando o mesmo espaço, percebia-se uma variedade de interesses entre os indivíduos ou grupos lá presentes. Tribos variadas com as dos ciclistas, dos skatistas, dos corredores, dos caminhadores, dos que tocam violão e fumam narguilé, dos que só tocam violão, dos que levam os bebês para brincar, dos que treinam brake, dos maconheiros, dos que tomam chope no bar, dos que só querem ver e serem vistos, dos que namoram estavam lá presentes. E havia eu, que fui levar as crianças, andar de bicicleta, observar os outros e tirar algumas fotos.


Culinária

Paleta de cordeiro ao vinho. Fiz no domingo. Pegue uma paleta e deixe marinando durante a noite em um saco para assar fechado. Os temperos usados foram sal fino, ervas finas, pimenta moída e meio cálice de vinho tinto. No dia seguinte, tire o saco e o excesso de vinho. Acrescente mais um pouco de sal e leve ao forno (usei o elétrico) por uma hora e meia a 300 graus. Sirva com arroz, farofa e uma sala de maionese. Um bom suco (natural) de manga ou abacaxi é dica de bebida. Mas um bom vinho sempre cai bem.


Cardápio político

Esta semana a expectativa é pelo escândalo requentado que a campanha do PSDB vai apresentar contra a candidatura de Dilma. Mas pode ser que inventem um novo “prato” e sirvam para a faminta grande imprensa.


Recomendo

A leitura da coluna do Dimenstein deste domingo na Folha Tiririca e os idiotas. http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2908201028.htm


Leitura da semana

Estou terminando de ler Nunca fui primeira dama, da cubana Wendy Guerra. Encontrei a referência lendo sobre uma das mesas de escritores da Flip 2010 e imediatamente comprei o livro. É uma visão feminina de Cuba escrita através de resgate de diários, cartas e anotações. Apesar de residir em Cuba, a autora tem uma visão crítica da revolução de Fidel e suas conseqüências. Além disso, é uma bela mulher, que já tirou fotos nua.



Pensamento à toa

As calças de ginástica leggings escuras escondem mais do que mostram do corpo das mulheres. As brancas, em compensação, mostram tudo. Já as coloridas confundem um pouco as formas anatômicas com os desenhos.

Enquanto isso, na vitrola...

O Led Zeppelin não é novidade para nenhum roqueiro de última hora. Mas há tanta coisa sobre o grupo que, às vezes, um neoroqueiro pode se sentir perdido. Por isso recomendo a audição do Led Zeppelin II. Lançado em 1969, é o disco de melhor “pique” do Led. Menos psicodélico que o primeiro e mais rápido do que o terceiro, Led II é para ser escutado várias vezes por inteiro. Estão lá clássicos como Whole lotta Love e Thank you. Destaque para o blues The lemon song, cheio de variações e sustentado pelo baixo de John Paul Jones.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Agosto

Este mês tem suas lendas, seus frios, suas temeridades e meu aniversário. Mas o de 2010 veio com tudo. Muitas conseqüências vão sair durante o seu decorrer além da marca de mais um ano de vida. Casei dia 10. Fiz aniversário dia 14. Fui ao encontro do frio mais intenso que já senti, no Morro da Igreja, em Urubici - e olha que sou de Livramento, lugar muito frio no inverno. Tenho perícia marcada para o dia 18. Quero trocar de carro. Comecei a orientar cinco monografias.

Mês bem movimentado, mas que proporcionou bons momentos. O casamento foi divertido - já vivemos juntos mhá 17 anos, eu e minha mulher. Valeu pelo jantar com amigos e alguns presentinhos. No aniversário fui para Urubici e Lages, sentir o gosto, o cheiro e o contato do inverno. Não vi neve. Mas percebi que pinhão tem um gosto de inverno, misturado com o calor do fogão a lenha e o conforto da reunião em família.

Andar a cavalo me trouxe de volta a infância, quando freqüentava a estância de minha avó, passeando com a família, percorrendo matos que escondiam cemitérios antigos e deteriorados, que atiçavam a imaginação da gente. Meu filho adorou o passeio.

E estamos só na metade do mês do cachorro louco.