sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Ressonância imagética

Depois de dizer que a minha coluna vertebral estava " judiada", o médico me fez enfrentar outra contrariedade: fazer uma ressonância magnética. Na entrevista antes de entrar pelo tubo confessei que não me sentia bem em locais apertados. Na verdade, não suporto a idéia de ter os movimentos limitados. Enquanto aguardava com aquela roupa branca de médium pensava como enfrentaria a sensação de estar preso num caixão; iluminado, mas caixão.

Pensei em meus tempos de iogue. Bastaria fechar os olhos e me concentrar em algo bom, que envolvesse sensações diversas capazes de distrair a maioria dos sentidos. "O exame dura 20 minutos", avisou a moça. "O aparelho vai fazer ruídos fortes. Aqui na sua mão há uma campainha para o caso de você precisar sair".

Fechei os olhos assim que comecei a entrar no tubo. Quando a maca parou, abri e me senti mal. A parede do tubo estava muito perto do meu rosto. Olhei para baixo e para cima até onde a vista alcançava e fiquei imaginando se daria para espichar os braços para o alto da cabeça, agarrar a borda do tubo e puxar, tirando a cabeça para fora. Fechei os olhos e o ruído me distraiu um pouco. Tentei compor uma música eletrônica com aqueles zumbidos sequenciados (adeus trema).
O que me salvou foi o passeio de barco que tinha feito no domingo de carnaval, até a ilha de Anhatomirim. Teve um momento nele em que fechei os olhos (acho que devo consultar um oculista) e fiquei sentindo o vento, o sol, o ruído da água e do motor no balanço do barco. Busquei essas sensações e as trouxe para dentro do tubo, para a pele, p'ra dentro da cabeça (reagge, u-hu).
Fiquei nessa não sei quanto tempo. De vez em quando olhava para ver se a parede estava na mesma distância do meu nariz. Apenas em um momento meu pensamento viajou para aquele pesadelo de ser enterrado vivo... Mas cpnsegui voltar para a viagem de barco, sem usar a campainha.

4 comentários:

Monique Becker disse...

Fiz este exame no ano passado, um pedido do médico já que ninguém descobre a continua e ininterrupta dor que cabeça que sinto. Foi um pesabelo, só conseguia pensar na hipótese de um espirro, desesperador! Passei longos minutos naquele lugar frio e desconfortável, e nada foi descoberto. Minutos angustiantes gratuitos!

F. Arteche disse...

Essa do espirro não me passou pela cabeça, mas certamente seria doloroso. Uma vez inventei de espirrar debaixo de uma mesa que tinha uns enfeites de madeira para baixo enquanto assistia televisão. aprendi de uma maneira dolorida que é impossível espirrar sem contrair o abdomen e levar a cabeça para a frente. Hehehe.

Monique Becker disse...

hahaha!! imaginei esta cena!

Aninha disse...

Atrasada, mas também quero compartilhar:
Quando eu fiz esse exame, não pensei no espirro, nem em passeio de barco, nem em enterro, eu brinquei, desde o início, que se eu passasse no "teste" (ficar os 20 minutos sem entrar em pânico e fazer um escandalo) eu ganharia uma passagem pra Lua. Hum. Eu sempre quis conhecer a Lua pessoalmente...