Pouca gente levou a sério o Dia Mundial sem Carro, pelo menos pelo que se observou em Blumenau, pelos noticiários e no engarrafamento que durou quase todo o dia no Centro da cidade. A chuva e o fechamento de uma rua no centro foram decisivos para essa pouca adesão. Mas também houve descaso com o acompanhamento do dia, tanto por parte da prefeitura quanto da mídia.
A chuva foi um grande empecilho. Afinal, sabemos que em dias chuvosos o número de automóveis aumenta nas ruas da cidade. Pelo menos intuímos isso pela experiência. Se já é difícil para os carrodependentes trocar o automóvel por ônibus ou bicicleta em dias de sol, imagine em dias de chuva.
Um outro problema foi o fechamento de uma rua no Centro de Blumenau, em rente ao Barão, para atividades educativas e de lazer. Essa administração tem mania de fechar o centro da cidade para fazer eventos. O Centro já é problemático nas horas de pico, sem o acréscimo de obstáculos como o fechamento de ruas. O resultado foi um engarrafamento quase permanente nas principais ruas centrais e algumas adjacências. Por que não fazer essas atividades no parque Ramiro Ruediger, por exemplo?
Faltou um acompanhamento mais sério dos resultados do Dia sem Carro. O Seterb poderia ter feito uma média do número de carros em determinadas ruas da cidade e em determinados horários, em dias normais, e comparar esses dados com os números do Dia sem Carro. Com isso, teríamos mais precisão de dados para divulgar. Em quatro ou cinco emissoras em que assisti matérias sobre o assunto, apenas uma veio com um “chute” do Seterb de redução de 15 por cento no número de automóveis nas ruas de Blumenau.
E por falar em mídia, com a falta de dados, o destaque ficou para o deslocamento, a pé ou de bicicleta, do prefeito e de alguns vereadores. Uma emissora dedicou uma matéria completa sobre a caminhada do prefeito de casa até a prefeitura. Poucas se dignaram a entrevistar adeptos do Dia sem Carro. Outras entrevistaram motoristas. Mas a matéria não era sobre o Dia sem Carro? Outro tema presente em todas as coberturas televisivas foi o lançamento do aluguel de bicicletas em pontos da cidade, a exemplo do que ocorre no Rio de Janeiro.
O resultado final do Dia sem Carro em Blumenau foi um fracasso. Pouca adesão e pouca discussão de fundo sobre o tema, que envolve questões ambientais, de saúde e de estrutura urbana. Quem aproveitou mesmo foram os políticos que se reuniram na praça da Figueira e foram entrevistados por toda a mídia blumenauense.
Eu, além de criticar, aproveitei para ir a pé até a clínica para a quimioterapia. Minha mulher e meu filho usaram a bicicleta para ir ao trabalho e para a escola. Enfim, a família participou do Dia sem Carro. E mais gente aderiu. Só que quase ninguém apareceu para contar a história na televisão. Evento fraco, cobertura idem.
2 comentários:
Evento realmente fraco. Eu não usei o carro udrante o dia. Me locomovi a pé. Foram 40 minutos de caminhada para ir e para voltar. Foi gostoso até, apesar de ter que sair bem mais cedo que o normal e chegar no destino suado, o que é péssimo para o rendimento.
De noite, como tinha que palestrar em uma turma, não tive como ir a pé, de bicicleta ou de ônibus, pois estava chovendo e eu tinha que carregar todos os materiais que uso na palestra. Inviável.
Fui de carro.
O Dia Sem Carro foi confundido com o 'Dia com Bicicleta'. Parece que todo mundo mora na região central, onde fizeram as ciclovias, que são meio malucas a meu ver. E quem mora na Velha Central, na Vila Itoupava e no Progresso? O fato é que os transportes públicos são a real solução. E o que temos em Blumenau? Parece que os políticos ignoram este fato. O prefeito deveria ter embarcado no Troncal 10 e ver como é boa a vida de quem depende do transporte público.
O Dia Sem Carro se transformar em Dia Com Bicicleta e com escolta é fácil. Queria ver é a transformação no Dia Com ônibus com motoristas despreparados, ônibus sujos e até com goteiras (nas 'sanfonas') e moscas....
A ação das bikes alugadas é bacana, mas pode ter certeza que não é por ser 'bacana' é que foi feita... Mas sejamos positivos e que isto seja o começo de um movimento forte de conscientização.
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