Estréia na Globo, na quinta-feira, uma série chamada Aline, em que uma menina tem dois namorados que aceitam o triângulo amoroso numa boa. A série é baseada nos quadrinhos Aline, de Adão Iturrusgarai. Conheci Adão quando fiz meu primeiro estágio, no primeiro mandato do prefeito Olívio Dutra, em Porto Alegre. Já naquela época ele era um ativista dos quadrinhos e batalhava para formar uma cena da arte na capital gaúcha através de revistas especializadas. Quando ouvi falar dele de novo já publicava os quadrinhos Aline na Folha de São Paulo.
Mas o que chama a atenção é que a Globo tem umas idas e vindas no eixo que vai do conservadorismo moral à liberalidade de costumes. Não é a primeira vez que temos um triângulo amoroso escancarado na tela. Basta lembrar de Armação Ilimitada, em que Andréa Beltrão (a dona de salão Marilda da Grande Família de hoje) flertava com os surfistas Juba (Kadu Moliterno) e Lula (André de Biase) num relacionamento aberto e quase sem problemas. E ainda havia o Bacana (Jonas Melo) um menino que ninguém sabe de onde surgiu e também convivia com o trio (convívio sem sexo, claro).
Armação Ilimitada foi um marco na TV brasileira justamente pela maneira anárquica de abordar os costumes e de apresentá-los em linguagem televisiva de vanguarda para a época. Lembram como o chefe da Zelda (Francisco Milani) se transformava em um certo animal ou objeto dependendo do humor em que se encontrava?
Vamos ver o que dá a Aline. Se seguir metade do que é apresentado nos quadrinhos do Adão já será uma lufada de renovação no ramerrão da teledramaturgia global que ainda tem vergonha de mostrar beijo homossexual para o público. E logo depois da Grande Família!
Um comentário:
Ha ha ha ha adoraria ter o poder de me transformar em certos animais conforme o humor, he he he, na hora de receber os pitacos da sogra eu seria uma naja, no trânsito congestionado, uma onça,na fase da TPM um búfalo e nos momentos de alegria, um passarinho saltitante!!!!
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