Passando mais uma porta, a casa se abria novamente. À esquerda o quarto das brincadeiras com Maria da Graça e o banheiro. À direita duas salas que iam até uma espécie de esquina, de onde viriam, a seguir, à esquerda, a copa, a cozinha, despensa e outras peças mais, que eram usadas de depósito ou como quartos para os peões da estância mais chegados quando vinham à cidade. Em frente uma segunda porta levava ao pátio interno. Era uma varanda em L à direita, onde apareciam as inúmeras portas das peças depois da esquina das salas e que cercava parcialmente canteiros recortados por passeios estreitos, uma espécie de trilha que formava um amigável labirinto. Lá no canto esquerdo ficava a garagem, com a caminhonete Chevrolet que não funcionava mais, que era separada dos canteiros por uma fileira de hortênsias até o muro ao fundo que dava para o outro pátio.
Nessa varanda, era comum encontrar tio Ivo, um peão mais chegado da família, moreno, de sorriso maroto sob o bigode fino, que sempre dizia a Guilherme:
- Você anda fazendo arte, menino.
- Eu não, tio Ivo - respondia ligeiro o menino.
3 comentários:
É impressão minha ou nos contos vividos nos tempos de antigamente, sempre são pessoas de fora da família que observam de forma atenta aos personagens? Tenho a impressão de já ter visto coisa assim.
Confesso que essa questão de direita, esquerda e 'L' me confundiu. Talvez pudesse ser menos técnico.
Olha, o0 narador é praticamente um membro da família...
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