segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Conversas autobiográficas

- Gostei de saber que você pensou no seu filho quando decidiu não tirar os filhotes da cadela dele.

- Pois é, a violência e a morte estão muito banalizadas na mídia. Imagina, o guri sabia que a cadela estava prenha. de repente tenho que explicar para ele que foi melhor dar um fim aos filhotes antes que nascessem porque iriam dar muito trabalho. Daí a imaginar que é permitido matar para não se incomodar é um passo pequeno, mas com enormes conseqúências sociais.

- Isso vem da tua origem campeira, do contato com a natureza e com os animais, né?

- É. Fomos criados no meio dos bichos. Tive cachorro, gata, galinha, coelho, porquinho-da-índia e peixe. Sem falar no gado. Mas as coisas eram mais definidas: gente era gente; bicho, bicho. Tinha isso de se apegar aos animais e tudo mais, mas ninguém ficava traumatizado de ver um boi sendo coreado e esquartejado. Hoje, tudo é menos claro. Tem bicho que é tratado como gente e gente que é tratada feito bicho.


3 comentários:

Anônimo disse...

É verdade professor. Exageros de ambos os lados.
Mas que um bicho do nosso lado faz bem, ah isso faz =)

F. Arteche disse...

Eu que o diga. Tenho sete cãezinhoa no momento. Aliás, se você estiver interessada num, em janeiro estarão na época de doação, hehehe.

Ideia em Movimento disse...

Gostei desse post:)... Concordo com você, o blog pode ser mais opinativo e pessoal. Porém, alguns estão utilizando o blog a partir do mundo informativo. É legal se se pensa em 'notícias' e o que é 'jornalismo' em geral. Será que não poderia ser um blog com crônicas, por exemplo, ou só com reportagens, enfim... Acho que daria até para linkar com os gêneros jornalísticos nos blogs, o que vc acha...