segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

A versão do caos do meu filho

Meu filho de oito anos trouxe um esquilo da Mongólia para casa. É da escola e cada fim de semana o bicho fica com um aluno. Além de cuidar do esquilo, os alunos têm que escrever um diário sobre a convivência com o animal. A coincidência com os desmoronamentos das casas acabou transformando esse diário num relato bem interessante que, com corujice, passo agora.

Blumenau, 21 de novembro de 2008
Hoje é o primeiro dia em que estou com o Baby. Ele chegou cansado do carro. Minha cachorra estranhou a gaiola do Baby. Meu amigo Lucas veio em minha casa para conhecer o Baby.

Blumenau, 22 de setembro de 2008
Quando acordei Baby ainda estava dormindo, mas eu cheguei mais perto e Baby acordou. Levei Baby para a sala e fiquei olhando Baby roendo o rolo de papel higiênico. Baby roeu tanto que tive que trocar o rolo de papel.
Meu pai tinha chegado de viagem e quis conhecer o Baby. Fiquei assistindo televisão com o Baby. Minha mãe deu cenoura para ele. Começou a chover e Baby ficou assustado. Fiz carinho no Baby para ele se acalmar. Dei alface para ele, ele comeu tudo e ainda ficou com fome. Então eu dei uma casca de pão para ele.
Nós fomos para um restaurante e Baby ficou em casa. Quando a gente voltou, Baby estava comendo a alface. De tarde eu fui na casa do meu amigo André.
Ao lado do meu prédio estava caindo o barranco todo e estava caindo árvores em cima das casas. Baby levou um susto quando ouviu uma árvore caindo em uma das casas. Eu fiquei preocupado com as pessoas que moram no barranco e com as pessoas que moram embaixo dele. De noite o Baby não me deixou dormir porque ele estava roendo a gaiola dele, porque a minha cachorra estava grávida e os cachorros estavam chorando alto.

Blumenau, 23 de novembro de 2008
Minha mãe me acordou e logo fui olhar o Baby. Fui ver como estavam os filhotes da minha cadela. Minha mãe me disse que não tinha aula na segunda-feira. Fiquei feliz quando escutei ela falar isso porque eu iria ficar com o Baby mais um dia. Umas pessoas que estavam perdidas na rua vieram passar um dia na minha casa.


Blumenau, 24 de novembro de 2008
Ao acordar fui ver os filhotes da minha cachorra e também o Baby. Meu pai foi passear com minha cachorra. Eu fiquei feliz ao ver o sol nascendo atrás dos morros. As pessoas que tinham passado o dia na minha casa já tinham ido embora. Na hora do almoço, Baby comeu sua ração.

Blumenau, 28 de novembro de 2008
Fiquei alguns dias sem escrever o diário do Baby porque a minha família saiu de casa porque estava caindo casas do alto do morro até a rua. A gente ficou com medo que uma casa ou uma árvore atingisse nosso prédio. Baby teve que ficar com meu amigo Lucas. Dois dias depois, minha mãe trouxe Baby para a praia. Nós descobrimos que o Baby gosta mais de sementes de girassol.

4 comentários:

Anônimo disse...

Que gostoso de ler!!!!!!

Aninha disse...

Imaginei até um filme agora. Muito bom! Bjo

Anônimo disse...

Gostei, professor.

Bruna Carolina

F. Arteche disse...

Tá bem jornalístico, né? Simples, redundante e interessante.